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"Gelem Gelem"



Falar do povo cigano pressupõe falarmos de uma cultura milenar, nómada e ágrafa. Segundo muitos historiadores e antropólogos a origem do povo cigano encontra-se na Índia ou no Egipto, ou até mesmo na Grécia. Os primeiros ciganos terão começado a entrar na Europa por volta do século XII, vários grupos migraram, em vagas sucessivas por diversas razões, provavelmente entre os séculos III e VIII, através da Pérsia, da Arménia e de outras regiões em direção à Europa, onde terão chegado entre os séculos XII e XIV. A sua presença na Península Ibérica só muito mais tarde é que é comprovada, por volta de 1425, mais especificamente em Saragoça.

Em Portugal não existem relatos do aparecimento deste povo, embora sem data exacta os documentos mais antigos e conhecidos falam da presença dos ciganos no nosso país remontem ao Séc. XV. Socialmente os ciganos são divididos em 3 grandes grupos: Rom (leste europeu) Sinti (Alemanha, França, Áustria e Suíça) Kalon (Portugal e Espanha) existindo ainda muitas outras subdivisões. Cada um destes grupos diferencia-se dos demais pelo dialecto (derivado do Romani), hábitos, tradições específicas, vestuário, etc.



Devido à inexistência de documentos escritos que comprovem a origem deste povo, têm surgido ao longo dos séculos, diversas lendas e crenças que se têm difundido entre as famílias e sustentam algumas teorias da sua origem. O principal meio de subsistência deste povo era através do comércio de cavalos, diversos grupos vagueavam pelo país, a que se juntavam fugitivos. Em 1526 D. João III, Rei de Portugal, proibiu o povo cigano de entrar em Portugal, ordenando consecutivamente a expulsão de todos os que viviam dentro do território. Durante séculos foi realizada legislação com a mesma finalidade: a de expulsar os ciganos de Portugal. Somente a partir do Séc. XIX é que o Estado acabou por considerá-los cidadãos portugueses.

O povo cigano é um grupo social minoritário, ignorado de modo geral pela sociedade, impossibilitando-os de usufruir em pleno: o direito à saúde, à educação, ao apoio social e à justiça, baseando a sua convivência social em função dos valores e tradições inerentes ao seu povo.



A marginalização e a exclusão social acompanham o povo cigano ao longo destes seis séculos e hoje ainda carrega consigo o peso deste estigma social. Na época do nazismo, muitos ciganos foram levados para os campos de concentração e exterminados. Calcula-se que meio milhão de ciganos tenha sido eliminado durante o regime nazi. Esta etnia tão mística sobrevive hoje de artesanato, comércio de tapetes, especiarias e arte difundida em metal.

Diz-se que este povo constituía uma casta indiana inferior que foi expulsa – ou que saiu – do norte da Índia por volta do Séc. X e começou uma viagem que iria durar cerca de 500 anos, até os seus descendentes se fixarem em diferentes partes da Europa. Depois de uma paragem na Ásia no Séc. XIV, o grupo começa a expandir-se pela Europa toda. Ao longo do tempo, seguiram diferentes rotas, sempre na direção do ocidente, o que levará cada subgrupo a desenvolver características diferentes, derivadas do contacto com outras culturas e a fixarem-se em várias regiões da Europa. Não se sabe com certeza se os ciganos chegaram à Península Ibérica pelo Sul (norte de África) ou pelo Norte (França). Várias teorias são avançadas para explicar a sua entrada em Portugal: uma delas é que teriam sido convidados a entreter a corte real enquanto saltimbancos ou feiticeiros. É a partir do Séc. XVI que começam as animosidades e perseguições contra os ciganos. Em toda a Europa, verificaram-se políticas incoerentes que oscilam entre a assimilação forçada e a rejeição total, indo da expulsão até à condenação à morte.




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